terça-feira, 20 de setembro de 2011

Bons e maus exemplos

Esplanada dos Ministérios: no Museu Nacional Honestino Guimarães, Oscar Niemeyer dá um bom exemplo de preocupação com a poluição luminosa (PL), ao projetar torres de iluminação com proteção:

Na praça que cerca a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional Honestino Guimarães, na praça dos 3 poderes, temos 3 grandes torres de iluminação, com refletores protegidos, que barram a luz que vai para cima.
Zoom em um destes conjuntos de refletores
Embora a proteção evite a propagação de luz acima do horizonte, ela não impede o ofuscamento. A proteção deveria ser um pouco mais baixa (ou os refletores colocados um pouco mais acima).
Luzes queimadas, Lua acesa!

Temos outros bons exemplos por aí, como esta praça na Candangolândia, iluminada por 6 luminárias de vidro plano, cuidadosamente niveladas na horizontal:




Contrasta com este cuidado, outro novo símbolo da cidade, a ponte JK. Esta sim, um verdadeiro monumento ao desperdício de dinheiro e de luz:

Postes centrais com ótimas luminárias de vidro plano. Porém, instaladas em ângulo com a horizontal, produzem PL. Mas este é dos males o menor...
Nas laterais, há um caminho para pedestres, que mesmo sendo bem iluminado pelos postes centrais, recebe esta tal de iluminação indireta, que desperdiça mais de 50% da luz. (são 3 KM que os ciclistas têm que percorrer "desmontados" por estarem usando uma passagem de pedestres, e também porque são proibidos de usar as faixas de rolamento das pontes. Um atentado à mobilidade urbana, mas isso é assunto pra outro tipo de blog)

Um zoom neste atentado ao céu, e flagrante desperdício de energia e dinheiro: a iluminação pública indireta.

Os arcos são iluminados por baixo, por meio de refletores instalados no topo dos postes de iluminação da pista e da passagem de pedestres...

Estes refletores não possuem nenhum mecanismo de direcionamento especial, são refletores absolutamente comuns, projetados para iluminar grandes áreas. Quando direcionados pra cima, só uns 10% da luz vai na direção dos arcos, o resto é PL pura!

O resultado: um belo monumento ao desperdício e à PL! A foto, por saturar nos postes, não dá a real dimensão do desperdício. Para efeito de comparação, ver o brilho da ponte em relação ao resto da cidade, ao fundo (que não é escura!)

Esta ponte ganhou diversos prêmios de design por aí. Será que se os jurados (arquitetos e urbanistas) tivessem noção do que é a PL, isso aconteceria?

3 comentários:

  1. Ah desculpa aí, mas tá é faltando iluminação nessa cidade, principalmente para pedestres, o que ocasiona poluição muito pior, pois evitamos andar a pé também por conta disso, e tome carro inchando o trânsito e jogando fumaça na rua.

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  2. Olá Marco! Leu os tópicos? Em algum momento eu afirmei que a iluminação que temos hoje é de qualidade? E que a cidade toda já está iluminada? E que não existem mais locais que não precisem ser iluminados? A luta contra a PL é luta pela qualidade na iluminação, sem no entanto deixar vazar luz pro céu!

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  3. Pra deixar bem claro, concordo com você, tem muitos locais em Brasília com iluminação deficiente, ou sem iluminação. Mas isso não exclui a luta contra a PL!

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