Situação no DF: o que a CEB tem feito?


As luminárias de iluminação pública do DF: o que a CEB tem feito? Está melhorando ou piorando?


Todos sabemos dos problemas das luminárias antigas:
- Baixíssima eficiência luminotécnica (relação entre a luz produzida pela lâmpada e a luz que sai da luminária), em torno dos 50%;
- Alta depreciação (redução da luminosidade efetiva ao longo do tempo, graças principalmente à sujeira e perda de refletividade);
- Direcionamento precário do facho de luz, gerando poluição luminosa, ofuscamento e luz intrusa.


Exemplos de luminárias antigas, algumas instaladas por particulares (muito semelhantes às instaladas pela CELG em cidades do interior de Goiás), e outras instaladas pela CEB no DF:


Luminária particular, no Setor Habitacional Arniqueiras: foi projetada para suportar lâmpada de 250W de luz mista, com soquete E-27, e adaptada para lâmpada de 250W de vapor de sódio de alta pressão, com soquete E40. Resultado da adaptação mal feita: a lâmpada quase não cabe dentro da luminária e por conta da fixação improvisada do novo soquete, fica "pendente" pra fora, gerando grande emissão para cima do horizonte, e ofuscamento dos motoristas e transeuntes. Além de tudo, o sistema deixa a luminária inclinada, o que gera PL "frontal".


Outra luminária particular, do mesmo tipo, também no Setor Habitacional Arniqueiras, com os mesmos problemas, só que piorados.


Este é um problema comum a todas as luminárias abertas: o empretecimento do alumínio do refletor, que com o tempo passa a não refletir mais nada, servindo somente como abrigo para a lâmpada. Este é um RARO exemplo de adaptação bem feita para lâmpada de vapor de sódio, no qual a lâmpada com o soquete cabem dentro da luminária. Porém a inclinação do cano não possui regulagem, fazendo com que mesmo assim a luminária emita PL "para a frente", acima do horizonte.


Raro exemplo de luminária particular com vidro plano. Este tipo de luminária teria emissão praticamente zero de PL se fosse instalada na horizontal. Entretanto, com a instalação em ângulo, como neste caso, há grande emissão de PL para a frente.


Alguns exemplos de luminárias instaladas pela CEB:


Luminária instalada pela CEB em todo o DF, principalmente nas áreas residenciais: o acrílico curvo que cobre o refletor, mesmo quando novo provoca reflexões e espalhamento da luz para as laterais e para cima, e após alguns anos, como nesta foto, o problema se agrava muito pelo embaçamento e amarelamento do acrílico, o que piora também a eficiência da luminária.  O número 10 indica a potência da lâmpada com um zero a menos, ou seja, 100W. A potência das lampadas instaladas neste tipo de luminária varia muito, dos 70W usados na Candangolândia, até 250W usados nas comerciais do Plano Piloto.


Outro exemplo de luminária muito comum nas áreas residenciais do DF, que padece dos mesmos problemas daquele modelo da foto anterior. Neste exemplo, com lâmpada de 150W de vapor de sódio AP.
Luminária muito comum nas áreas residenciais antigas, e que tem um vidro curvo multifacetado que foi projetado com a intenção de desviar a luz para os lados, teoricamente ampliando o alcance da luminária, mas que na prática só faz diminuir a eficiência e causar PL. Este tipo de luminária é especialmente comum em áreas particulares, e também em cidades do interior.


ISTO É UMA VERGONHA!!!
- UM TREMENDO DESPERDÍCIO DE ENERGIA E DINHEIRO COM LUMINÁRIAS POUCO EFICIENTES;
- UM DESRESPEITO À POPULAÇÃO QUE QUER UMA ILUMINAÇÃO DE QUALIDADE;
- UM VERDADEIRO CRIME AMBIENTAL COM RELAÇÃO À POLUIÇÃO LUMINOSA!!!






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ISTO PRECISA MUDAR!!!


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E ESTÁ MUDANDO...


Vejam o que a CEB tem feito para resolver o problema
(o problema DELA):




Luminárias novas que a CEB tem instalado em todo o DF, nas vias principais (com lâmpadas de sódio 400W) e também em muitas áreas residenciais e comerciais (com lampadas de sódio de 250W). Trata-se do modelo "Ambar3", da Schreder.


Mais "Ambar3", agora em composições de 1600W, no alto de postes dedicados de 15m de altura, iluminando  um balão no  Park Way (são 4 composições destas, ou seja 6400W para iluminar um simples balão!). Graças ao vidro curvo, além de iluminar o chão, ilumina tudo o mais em volta.


Ao longo da mesma avenida, mais "Ambar3", agora em postes mais baixos e com lampadas de 250W, para iluminar uma ciclovia. Apesar do poste estar bem junto da ciclovia, a luminária é instalada sempre em ângulo, gerando muito mais PL que o necessário.


Nesta foto (e no datasheet, disponível no site da Schreder) é possível ver a excelente qualidade da luminária, que tem refletor de alta refletividade e com design inteligente, distribuindo a luz de forma homogênea sobre o que ela deve iluminar, ou seja a rua. Vidro temperado auto-limpante, interior totalmente selado impedindo a penetração de poeira e garantindo o desempenho ao longo dos anos. Construção compacta, fácil manutenção, materiais de fácil reciclagem ao término da vida útil, até na aerodinâmica o fabricante se preocupa. Porém, na hora de escolher o vidro, o "padrão" é o vidro curvo. Segundo informações do próprio site do fabricante, opcionalmente é oferecido vidro plano. Mas imaginar que a CEB iria se preocupar com isso...


Mais "Ambar3", agora na EPTG: aqui quero chamar atenção para os suportes que unem a luminária ao poste, e à forma de fixação da luminária ao suporte. O ângulo com a horizontal é de quase 30 graus! Neste ângulo, mesmo a melhor luminária de vidro plano estaria produzindo muita PL... PL forte pois sai de lâmpadas fortes sendo refletida por refletores eficientes e limpos. e PL que vai muito longe, pois sai em um ângulo bem "rasante". Isto mostra a total despreocupação da CEB com relação à poluição luminosa, e também como faz falta um mecanismo de regulagem de inclinação na luminária. Fica a sugestão para o fabricante!


Mesmo conjunto de "Ambar3", visto à certa distância e de um ponto alto. Na luminária mais à esquerda , o refletor está totalmente invisível, o que se vê é a PL gerada pelo vidro curvo, exclusivamente. E olha que o vidro é de transparência muito boa... Na luminária à direita, o quão forte é a PL irradiada próximo à horizontal por este tipo de luminária com esta inclinação!


Outra luminária da Schreder, muito usada atualmente no DF, aparentemente o modelo "Onyx25", com os mesmos problemas da mostrada anteriormente. Emite um pouco menos de PL pra frente, e um pouco mais para os lados (causando um pouco mais de ofuscamento nos motoristas e pedestres também). Esta não possui opção para vidro plano. (foto feita no setor Sudoeste) 


Outro modelo de alta eficiência instalada a alguns anos, não foi possível identificar o fabricante. Mas pode-se atestar a boa qualidade pela transparência do vidro e refletividade do refletor. Foto: via marginal da EPIA, altura da candangolândia.


Modelo "Onyx3", também da Schreder, utilizado no Eixão, na pista principal da EPTG, na Estrutural, e em  algumas outras vias de alto tráfego, com lâmpadas de sódio de 600W. Por algum motivo a CEB acha que alto tráfego precisa de mais luz e que isso evita acidentes, mas ignora o fato do vidro curvo causar ofuscamento, que prejudica a visibilidade e causa acidentes.


Composição de 2 luminárias "Onyx3" na EPTG. Na foto é possível ver que são instaladas em um ângulo com a horizontal, que aumenta muito a PL gerada.

Esta foto mostra o ar iluminado sob (E SOBRE!) uma luminária "Onyx3" na EPTG: O "cone de luz" abaixo da luminária é de luz útil, que vai iluminar a pista e calçadas (seria 100% luz útil se a luminária estivesse na horizontal). Mas na foto é possível visualizar, de forma bem sutil, um "cone invertido", acima da horizontal. Esta é a PL gerada pelo vidro curvo, sempre em ângulo bem rasante, mas muito forte. Se o vidro fosse plano, a emissão estaria limitada à horizontal.






Notaram que o problema da CEB foi resolvido?


- Ninguém mais pode reclamar de despérdício de energia e dinheiro com luminárias pouco eficientes: a eficiência destas luminárias ultrapassa 90%;


- A distribuição de luz das novas luminárias é inteligente, com o refletor projetado para fornecer uma quantidade maior de luz aos pontos mais distantes, entre um poste e outro, e também mais luz direcionada à calçada oposta do que à calçada logo abaixo da lâmpada. Isso significa mais uniformidade na iluminação, dando às ruas um aspecto muito mais agradável;


- As luminárias não vão mais sujar, embaçar e perder a luminosidade com o tempo, e a vida útil é muito mais longa, reduzindo custo operacional;


- As lâmpadas foram trocadas por outras bem mais fortes. As ruas agora estão mais iluminadas que muitos interiores e escritórios. Apesar deste reforço na iluminação aumentar o consumo ao invés de gerar economia, ele é cobrado pela sociedade, envolvida pela falácia de que mais luz se traduz em menos criminalidade (será que ninguém nunca ouviu falar de assaltos e tráfico à luz do dia?);


- Necessidade "política",a  iluminação tem que aparecer. Então, e graças aos vidros curvos, todos vêem as luminárias BEM DE LONGE;


- O fabricante das luminárias faz propaganda de sua preocupação ambiental, inclusive menciona em um de seus "white papers" que apenas 3% da luz é emitida acima da horizontal. Acho que isto dissocia de vez a PL do desperdício de energia: as companhias perdem muito mais do que isto devido à resistividade dos fios, porque se preocupar em encontrar luminárias com este "fator de desperdício" menor que 3%??


MAS A PL CONTINUA. Pior, continua a crescer, como pode se ver no quadro abaixo: A melhor das luminárias novas emite mais PL que a pior das luminárias antigas.


Esta montagem comparativa feito por meio de fotografias desfocadas de luminárias de diversos tipos, sempre com a mesma abertura, ISO, foco e tempo de exposição, sempre à mesma distância (65m), e sempre de pontos altos, de forma a ter uma medida o mais precisa possível da PL rasante emitida por estas luminárias. O objetivo é comparar a PL rasante emitida pelas luminárias de diversos modelos e gerações. Os números indicam a média de luminosidade do círculo formado pela luminária desfocada, sendo uma medida não linear, porém precisa para efeito comparativo, da luz emitida próximo à horizontal.
No comparativo acima
Nas luminárias antigas, no pior caso, a emissão de PL horizontal foi de "112". Nas luminárias novas de vidro curvo (as 3 primeiras da metade inferior), a que menos emitiu PL foi "140". A última luminária, abaixo à direita, é de vidro plano, porém instalada em ângulo ao invés de ser instalada na horizontal, sendo que o borrão desfocado de brilho "23" corresponde à PL emitida para os lados, enquanto o borrão de brilho "135" corresponde à PL emitida para a frente,. Isto prova que luminárias de vidro plano, quando incorretamente instaladas, provocam quase tanta PL quanto uma luminária de vidro curvo, embora limitem esta emissão a uma região bem menor do céu.


A luminária antiga à direita de quem vê, e a nova à esquerda. Ambas à mesma distância, sendo que a foto foi tirada de cima de um monte de terra, pra conseguir chegar próximo à horizontal. Pode se ver claramente o quanto a região próxima à luminária nova está melhor iluminada (graças a melhor eficiência e maior potência da lâmpada), e que a luminária nova gera mais PL que a antiga.